Thursday, April 5, 2007

Aquela Noite em Novembro

Por razões que não vale a pena citar aqui, as nossas experiências com co-operadores no campo missionário entre 1976 e 1985 foram traumáticas. Em duas ocasiões, famílias vieram especificamente com o propósito de ajudar-nos na obra, e nos dois casos eram conhecidos nossos de longa data. E nos dois casos (por razões muito diversas umas das outras), com um intervalo de 5 anos, as duas famílias abandonaram a Madeira depois de passar somente um ano aqui. Embora não haja nenhum rancor em nossos corações em relação a esses irmãos, seria deshonesto dizer que não fomos profundamente magoados pessoalmente por estas atitudes ou que o trabalho não foi prejudicado espiritualmente. Sempre haverá cicatrizes, mas cicatrizes não doem.

Falo nisso somente porque uma das consequências mais duradouras não foi uma amargura contra as outras pessoas envolvidas (pois a graça de Deus nos permitiu vencer), mas o que aconteceu foi que deixei de pedir que Deus enviasse alguém para trabalhar connosco. Eu disse ao Senhor que Ele podia enviar alguém se Ele quisesse, e nem precisavam trabalhar connosco, desde que viessem com um coração para alcançar esta ilha. Sim, era OK se Ele enviava alguém, mas não seria eu a pedir.

Foi em Novembro 2005 numa reunião de oração (provavelmente numa 4ª-feira...talvez uma noite depois de um culto dominical) quando o Senhor me quebrou. Estávamos na altura de festejar o 1º aniversário do novo prédio e o facto de ter pago as obras. Encorajei a igreja a olhar para lá das paredes e aceitar o desafio de Deus para alcançarmos a ilha toda. Não podíamos simplesmente cruzar os braços, ficar sentados e admirar os vitrais. Mas alcançar a ilha, como? Nossos recursos humanos estavam já esticados ao seu limite. Naquele período de oração, Deus me fez saber que eu havia pecado em não pedir-Lhe o envio de obreiros. Em que era o meu pecado? Basicamente, eu não confiava em Deus, que Ele podia enviar alguém que podia trabalhar connosco; alguém com um peso por esta ilha que faria com que ficassem aqui fosse o que fosse. Foi falta de fé da minha parte. Deus quebrou-me. Chorei. Clamei a Deus, primeiramente em confissão e arrependimento, depois num clamor para que Ele enviasse obreiros. Eu não disse a Deus que tinham que vir trabalhar connosco, somente que viessem para evangelizar a ilha.

Começando nos últimos meses do ano passado, as respostas começaram a chegar:

Roy e Dawn sentiram a chamada de Deus para vender a sua casa em Cornuália e construir uma casa a 45 min. ao oeste do Funchal. Não sabiam nada da nossa obra, mas disseram aos seus irmãos no Reino Unido que se não existisse uma igreja, "teriam que começar uma." (Roy é um pregador leigo.)

Mais ou menos na mesma altura, Kristjan e sua esposa Andrea, vieram dos EUA e decidiram compra uma casa na vila a uns 3 minutos do local onde Roy e Dawn estão a construir a sua casa. Este casal jovem veio com as suas duas crianças pequenas depois de considerar, e rejeitar, outros campos, como Fiji, Mongolia, e Paquistão. Não vieram para nos ajudar, e nem sequer sabiam de nós antes de comprar a sua casa, mas depois de voltar dos EUA onde passaram o Natal, eles crêem que Deus os trouxe a esta ilha e à nossa igreja. (Como o mundo é pequeno: nosso filho Jeff ficou com Andrea e seus pais em São Paulo, Brasil, quando passou o verão de 1995 lá. Os pais da Andrea eram missionários no Brasil. Depois, Andrea frequentou universidade nos EUA e sua colega de quarto é irmã de Mark, que casou com nossa filha, Joy.)

Anabela ligou o outro dia para pedir direcções à igreja. Naquela manhã na igreja, descobrimos que já nos conhecemos há quase 25 anos, quando ela era namorada do filho de uma irmã da igreja nessa altura. Anabela depois emigrou para Alemanha, onde aceitou o evangelho e foi baptizada, casando com o soldado americano que a levou a Cristo. Depois deste tempo todo nos EUA, ela diz que o Senhor a trouxe de novo à Madeira. Ela se apresentou à igreja para ser aceite como membro, e quer ser usada em qualquer forma que possa ajudar a igreja realizar a sua missão e visão.

Também, no último mês, um Sábado à noite, um desconhecido entrou enquanto o coro ensaiava a cantata de Páscoa. Fábio, um jovem, tem vindo fielmente aos cultos desde então. Ele também se apresentou à igreja para pedir ser aceite como membro. Ele deu o seu testimunho como tinha experimentado com drogas duras, mas através de um ministério de recuperação de drogados no Brasil, ele venceu o vício. Há quatro meses atrás, ele aceitou o Senhor Jesus como Salvador na 1ª Igreja Baptista de Fortaleza, e decidiu voltar à sua família aqui na Madeira. Ele pediu baptismo.

Há 15 dias, Albert trouxe uma nova visitante ao culto de Inglês.Tânia e Albert tinham se encontrado dois dias antes na rua perto da casa dele e um deles falou "Graças a Deus" e o outro reparou nesse frase. Tânia perguntou a Albert se ele cria em Deus, e ele respondeu que sim e que assiste a uma igreja pequena...ela perguntou qual...ele disse que era Baptista...e ela disse que já tinha orado a Deus para saber onde estava a igreja baptista, pois tinha ouvido falar e não sabia onde era. Ela foi convertida e baptizada na Assembleia de Deus há 4 anos, mas o pai dela morreu logo depois, e ela deixou de assistir à igreja. Ela me perguntou esta manhã acerca de ser membro na nossa igreja, e queria saber as diferenças entre baptistas e a Assembleia de Deus. Ela confessou que o costume deles de orar todos ao mesmo tempo, e as línguas estranhas, nunca foi algo que ela aceitava bem.

Também soubemos que dois casais de turistas do Reino Unido, que têm vindo à Madeira regularmente nos últimos anos e que assistem aos nossos cultos, compraram apartamentos no Funchal nos últimos mêses para que possam passar mais tempo aqui na ilha.

Todas estas pessoas a vir do "nada"! E sei que foi por causa de uma noite em Novembro 2005...e não parámos de orar desde então.

Sunday, April 1, 2007

That Night in November

For reasons too complex to go into here, our experiences with co-workers on the mission field between 1976 and 1985 were traumatic. On two occasions, families came specifically to help us in the work, in both cases brethren we had known for years. In both cases (for very diverse reasons) the families abandoned Madeira after spending only one year here. While we harbor no grudges or ill-will towards either family, it would be dishonest to say we were not deeply hurt personally, and that the work was not adversely affected spiritually. There will always be scars, but scars don't hurt.

The point of even mentioning this is that one of the longer lasting consequences was not a continued bitterness towards the persons involved (which God's grace allowed us to overcome in time), but that I stopped asking God to send anyone to work with us. I told the Lord that He could send someone if He wanted, and they didn't even have to work with us, as long as they came with a heart to reach this island. Yes, it was OK for Him to send someone, but I was not going to ask Him.

It was November 2005 at a Wednesday night prayer meeting (or perhaps a special meeting we had after a Sunday night service) when the Lord broke me. We were celebrating the 1-year anniversary of our new building and the fact that it was paid off. I urged the church to look beyond our walls and accept God's challenge for the entire island. We could not fold our arms, sit back, and enjoy the stained glass windows. But reach out, how? Our human resources were seemingly stretched to the limit. God made me know in that time of prayer that I had sinned by not asking Him to send laborers. How had I sinned? I basically was not trusting Him to be able to send someone who could work with us; someone who had a burden for the island that would cause them to stay on no matter what happened. It was lack of faith on my part. God broke me. I wept. I cried out to God, first of all in repentance, then in a plea for Him to send laborers. I did not tell God that they had to come to work with us, as long they came to evangelize this island.

Starting last fall, the answers came pouring in:

Roy and Dawn felt led by the Lord to leave Cornwall and build a house about 45 west of Funchal. They knew nothing of our work, but they told their brethren back in the UK that if there wasn't a church, they would have to start one. (Roy is a lay preacher.)

About the same time, Kristjan and his wife Andrea, decided to buy a house in a village just 3 minutes from where Roy and Dawn are building their house. This young couple came with their two small children after looking into, and rejecting possible mission fields such as Fiji, Mongolia, and Pakistan. They didn't come to help us, and didn't even know about us before buying their house, but after coming back from the US at Christmas, they believe God led them to our church and this island. (Small world department: our son Jeff stayed with Andrea and her parents in São Paulo, Brazil, when he spent the summer of 1995 there. Her parents were missionaries in Brazil. Later, Andrea went to the US to university, and Marcia, her roommate at John Brown University, is the sister of our son-in-law, Mark.)

Anabela called the other day to get directions to the church. That morning at church, we recognized each other: we met almost 25 years ago when she was dating the son of a member. Anabela emigrated to Germany where she was baptized, after being led to the Lord by an American soldier, whom she married. They went to the US and in December of last year, she says the Lord brought her back to Madeira. She came forward to ask to be a member and wants to be used in any way to further the ministry and vision of the church.

Also within the last month, one Saturday night, a stranger walked in while the choir was rehearsing the Easter cantata. Fábio, a young man of about 20, has come faithfully ever since and he, too, came forward last Sunday to ask to be a member. He gave his testimony of experimenting with drugs, but through a rehabilitation ministry in Brazil overcame the habit. Four months ago, he accepted the Lord as Savior in the First Baptist Church of Fortaleza, and decided to return to his family here in Funchal. He has asked for baptism.

Two weeks ago, Albert brought a new visitor to the morning services in English. Tânia and Albert had met two days earlier in the street in front of his house and one of them said, "Praise the Lord" or "Thank the Lord." The other one picked up on it, and Tania asked Albert if he believed in God. He said he attends a small church...she asked which one...he said the Baptist Church...and she said she had been asking God to show her where the Baptist Church is. She had heard of it, but didn't know where it was. She was converted and baptized four years ago in the Assembly of God, but didn't attend there long before her father died, and she stopped attending. She asked me this morning about membership...asked what the differences are between Baptists and Assembly of God...admitted that the strange languages and everyone praying at the same time was not for her.

We also know that two couples of tourists from the UK, who have come to Madeira off and on for a number of years, and who have attended our services, have each bought apartments in Funchal in the past couple of months so they can spend longer amounts of time on the island.

All these people coming from "nowhere"! I know it was because of one night in November 2005, and we haven't stopped praying since.